“Vamos ouvir nossos corpos e sentir nossos corpos por inteiro”: participe de um concerto subaquático gratuito neste fim de semana em Villefranche-sur-Mer

Neste fim de semana, na praia de Ange Gardien, em Villefranche-sur-Mer, Michel Redolfi, compositor e criador do conceito de música subaquática, oferece uma imersão musical única ao lado de Julie Gautier e sua escola Aqua Dance Flow, com o ator e diretor Jean-Marc Barr como narrador. Conheça o compositor.

O que poderemos descobrir no sábado 12 e domingo 13 de julho?

Poderemos ouvir algo único, é um concerto que não pode ser ouvido no ar, mas que será vivenciado, sentido, corporalmente, ao mergulharmos na água. Teremos uma audição corporal e sentiremos todo o nosso corpo como mamíferos marinhos.

De onde surgiu a ideia de compor música subaquática?

Na época, eu era compositor de estúdio, parte do grupo que havia promovido, se não coinventado, os sintetizadores digitais. Os computadores ainda estavam em câmaras frias. Enquanto meus amigos surfavam, poetas cantavam em frente ao mar, biólogos observavam o comportamento de golfinhos e baleias. Então, achei absurdo estar dentro de câmaras frias para fazer pesquisa musical. Disse a mim mesmo: "Vou pegar minhas gravações de música sintética, tocá-las na água e regravá-las com um microfone para ver se a água transforma os sons." E, de fato, o oceano as remixou completamente.

Essa música é ecologicamente correta?

Cortei todos os graves, que mal incomodam os peixes, mas ainda assim, nada de agudos fortes, que possam incomodar os golfinhos. Assim, mantivemos uma faixa de frequência média que deixa mamíferos e peixes indiferentes. Para isso, repetimos os testes várias vezes.

Como você situa esses dois concertos de Villefranche em sua carreira artística?

Desde 1982, este será o mais importante. Depois, fiz outros concertos no mar, mas nunca foi tão grande. É muito importante porque nunca reuni tantos talentos em torno do tema da música subaquática.

Que conselho você daria para quem gostaria de assistir a esses shows? Que mentalidade devemos ter ao comparecer?

Você literalmente tem que voltar à sua infância. É outra forma de mergulho. Vamos nos juntar à nação de animais e peixes que habitam o mar. Para eles, o som é muito importante. Vamos mudar a cultura e a sensorialidade. Vamos ouvir com nossos corpos e não com nossos ouvidos. Temos que ir lá para atravessar o espelho. É a experiência da Alice. Acho que vamos nos divertir.

Saber mais

Sábado, 12 de julho, e domingo, 13 de julho, sem escalas, das 12h às 18h. Praia do Anjo da Guarda. Gratuito.